Como Começar a Ilustrar Sem Gastar Muito

Aquarela e lápis de cor

Ilustrar não precisa ser algo caro — e muito menos um luxo reservado a quem tem prateleiras cheias de materiais importados. Se você está começando agora, com vontade de desenhar e contar histórias visuais, esse texto é para você.

1. Comece com o que tem em casa

Você não precisa de uma mesa digitalizadora nem de marcadores profissionais para dar os primeiros passos. Algumas ferramentas simples e acessíveis são mais do que suficientes para iniciar sua jornada:

Lápis e papéis

  • Lápis grafite comum (HB, 2B ou 4B já servem muito bem)
  • Alguns papéis excelentes não custam muito, tem preço bem acessível, como o papel Canson, desses tipos: 

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https://amzn.to/4kQSvZi (Inclusive, esse é o que uso para desenhar. Para ilustrar com tinta, eu uso outro, que vou colocar aqui na lista também)

  • Lápis de cor bom e barato. Você pode escolher tanto o permanente quanto o aquarelável. Veja as duas opções:

https://amzn.to/3FU17zl – Aquarelável

https://amzn.to/45Rtdpq – Aquarelável

https://amzn.to/45iDjzq – Permanente 

  • Tinta Aquarela boa e barata 

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Papel para aquarela bom e barato – https://amzn.to/4l2BaMG

Pincéis para Aquarela

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Ou

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Tinta Acrílica boa e barata

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Pincéis para acrílico

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Dica prática: se fez um desenho e não gostou, reaproveite o verso. Esboçar no verso tira a pressão de acertar e te deixa mais livre para experimentar.

E às vezes, o desenho fica tão solto que fica lindo. Eu mesma tenho vários que comecei sem pressão e hoje guardo porque ficaram leves e fluidos, mesmo estando num papel não tão bonito. 

2. O desenho começa com o olhar

Não é necessário dominar anatomia nem saber “desenhar bem” logo no início. O mais importante é aprender a observar e traduzir isso para o papel. 

E não se preocupe: em ilustração, não é necessário e nem devemos desenhar igual ao real.

A ilustração serve para desenhar o que não existe, o que não é real, o que é imaginário, o que gostaríamos que fosse ou existisse, e não o realista. Para isso, existem as fotos.

Aqui vão alguns exercícios simples que você pode fazer agora mesmo:

  • Contorno cego: observe um objeto e desenhe sem olhar para o papel. Treina o olhar e a coordenação.
  • Desenho de observação: escolha objetos do seu dia a dia e desenhe com formas simples, como quadrado, círculo, triângulo e retãngulo. Você vai ver como fica bem mais fácil.
  • Desenho contínuo: desenhe sem tirar o lápis do papel. Um ótimo exercício para soltar o traço.
  • Desenho com a mão esquerda. No caso dos canhotos, aí é com a direita. E se você for ambidestro(a), aí já não sei. Que tal com as duas, revezando?

O foco não é o resultado final, mas o processo. Quanto mais você observa e desenha, mais seu traço se desenvolve.

3. Um toque de narrativa – para já começar num degrau acima 🙂

Narrar com imagens é algo que se aprende praticando. Um bom começo é pensar em uma ilustração que não tem apoio do texto para explicar. 

Pense que você vai ter que ‘contar uma história’ em um livro sem palavras. Isso ajuda MUITO a desenvolver a narrativa visual. 

Faça uma ilustração pensando em passar uma mensagem, uma ideia, uma história/narrativa. Não deixe de colocar o personagem no contexto em que ele está. Não existe filme só com personagem. Sempre tem um ambiente onde ele está inserido.

Conclusão: todo mundo foi iniciante um dia

Você não precisa ter tudo para começar. Só precisa dar o primeiro passo. Desenhar é um caminho de descoberta, e ele pode começar com um lápis simples e até um papel reaproveitado. 

Todo mundo pode aprender a desenhar, se desejar. Eu sou prova disso. Não nasci com o chamado ‘talento’ nem aptidão para o desenho. 

É nesse espaço pequeno, sem pressão, que a criatividade floresce!

Não espere ter as ferramentas ideais. Comece com o que tem. O mais importante já está com você: o desejo de criar.

E eu acredito que, só de ter vontade, você já tem metade do caminho percorrido!

Ilustrado final de semana!

Sua Ilustração Publicada?

Há 5 anos eu comecei um projeto inovador: ajudar meus alunos a publicarem uma ilustração.

Isso aconteceu porque eu via que, sem um objetivo, sem uma data final, eles assistiam as aulas mas não aplicavam o que estavam aprendendo.

E também porque uma ilustração publicada tem muitos benefícios:

1. Emocional

  • Realização pessoal profunda: Ver sua arte publicada num livro é como transformar um sonho em algo palpável. Dá aquele orgulho que aquece o coração.
  • Confiança artística: Ter uma obra publicada valida seu trabalho, aumentando sua autoconfiança e coragem para novos projetos.
  • Pertencimento: Fazer parte de um livro coletivo cria uma sensação de comunidade, você se conecta com outros ilustradores e autores.

2. Profissional

  • Portfólio profissional: Um livro publicado é um cartão de visitas poderosíssimo para atrair novas oportunidades.
  • Reconhecimento no mercado: Você passa de estudante ou amador para ilustrador publicado — isso muda como clientes e editoras te enxergam.
  • Experiência real: Você vive o processo completo de publicação, do briefing até a impressão.

3. Financeiro / de carreira

  • Abertura de portas: Facilita conseguir novos trabalhos remunerados, parcerias ou até convites para projetos maiores.
  • Valorização do seu trabalho: Profissionais publicados tendem a ter mais autoridade e poder de precificação no mercado.
  • Investimento que se paga: O projeto que começa como realização pessoal se torna ativo profissional.

4. Criativo

  • Visibilidade para sua arte: Seu estilo alcança novos públicos e pode encantar leitores que você talvez nunca teria alcançado sozinho.
  • Estímulo à evolução: Trabalhar para um livro publicado exige desafios que fazem você crescer artisticamente.
  • Feedback real: Ter sua arte circulando gera retorno autêntico das pessoas.

5. Social

  • Impacto positivo: Sua ilustração inspira crianças e leitores, cria memórias afetivas e marca histórias de vida.
  • Construção de legado: Seu trabalho passa a fazer parte da cultura, permanece nas mãos das pessoas, atravessa gerações.
  • Orgulho compartilhado: É emocionante poder mostrar para família e amigos: “Olha, meu desenho está publicado!”

6. Psicológico

  • Superação de bloqueios: Atravessar o medo da exposição e ver sua arte publicada é libertador.
  • Quebra da procrastinação: Ter um prazo e um objetivo concreto ajuda a focar e sair da estagnação.
  • Liberação criativa: Depois de publicar, você se sente mais livre para explorar novos caminhos.

Parece algo simples, publicar uma só ilustração. Mas faz muita diferença ver o seu trabalho nas páginas de um livro profissional.

E, por esse motivo, convido você a participar do último livro dessa série, que chamos de ‘Livros Ilustres’. Será o décimo!

Depois disso, vou reservar um tempo para me dedicar a meus projetos pessoais. Então, aproveite, pois essa oportunidade pode, de fato, ser a última. 🙂

INSCRIÇÕES ATÉ DIA 27/04/25

Clique aqui para saber mais: https://www.atelieilustre.com.br/viv%C3%AAncia-do-ilustrador-ingrid-osternack

Não deixe seu sonho na gaveta

Já imaginou que a sua ilustração pode ser o que vai ensinar a uma criança sobre coragem diante dos desafios? Ou sobre a importância da honestidade, da amizade verdadeira, da empatia e até da gratidão?

Nosso próximo Livro Coletivo vai além de contar uma história bonita.

Ele carrega um propósito: ajudar as crianças a desenvolverem habilidades e valores que vão acompanhar por toda a vida — como cooperação, respeito aos mais velhos, pensamento crítico, coragem para errar e recomeçar, frustração, etc…

Cada página será uma oportunidade de plantar essas sementes.

Mas aqui vai um alerta importante: as vagas são limitadas. E já estou com 20 ilustradores inscritos, lembrando que um livro infantil não tem muitas páginas.

Estou abrindo as inscrições do nosso décimo livro, e não quero que você perca a chance de fazer parte deste projeto que pode transformar o caminho de muitas crianças — e o seu também.

Ao participar do décimo livro, você recebe:

  • Uma publicação real – publicada num livro impresso – para enriquecer seu portfólio
  • Experiência prática e concreta do processo
  • A chance de se destacar com sua arte no mundo editorial
  • Reconhecimento em um projeto coletivo e transformador
  • E, talvez o mais importante: a realização de ver sua arte impactando vidas.

Mesmo que você não se sinta um(a) ilustrador(a) ainda, a sua ilustração tem o poder de contar histórias que palavras sozinhas não conseguem.

Este é o tipo de projeto que não acontece todo dia — e deixar passar pode significar adiar um sonho.

Assista abaixo o que é a Vivência do Ilustrador e aproveite para fazer sua inscrição no link abaixo.


Quero garantir minha vaga no Livro Ilustrado!

Não deixe para depois. Realize o seu sonho de publicar em poucos meses. Os leitores agradecem! 🙂

Como iniciar na Ilustração de Livros Infantis

É, sim, uma delícia você trabalhar com ilustração. Dar vida a sonhos de autores, vida a personagens… e é uma delícia trabalhar com tinta e lápis de cor, ainda que hoje a ilustração digital seja mais utilizada, pois é muito mais rápida e muitos recursos já vem no software.

Ser ilustrador é algo que não deixa a gente entediado. Todo dia tem algo diferente para trabalhar.

Entretanto, para se tornar ilustrador, é importante se dedicar, desenvolver habilidades artísticas e técnicas e ter uma abordagem estratégica para conquistar o mercado.

Vou passar um passo a passo para você ter uma ideia do que é preciso.

1. Desenvolva suas Habilidades Técnicas

Obviamente, a primeira coisa é ter habilidade de desenhar e criar imagens, seja no tradicional ou no digital.  É importante praticar sempre, pois a prática leva ao aperfeiçoamento. Não importa se você vai desenhar a mão ou com ferramentas digitais. O que importa é que produza bastante.

Embora anatomia não seja fundamental para ser ilustrador, ajuda muito ao desenhar personagens. Não precisa ser perfeito, mas é importante que seja reconhecível.

Em matéria de composição, é muito importante saber distribuir os elementos de uma imagem, pois isso ajuda na transmissão da mensagem ou da história. Existem algumas técnicas que auxiliam o ilustrador a fazer uma ilustração mais harmoniosa e eficaz.

Perspectiva também não é algo fundamental, mas ajuda muito quando você quer criar profundidade numa cena.

Quanto às cores, por mais que as pessoas digam que querem ilustrações coloridas, sempre é bom ver quais as tendências do momento.

Outra coisa importante é saber desenhar luz e sombra. Mais uma vez, não é preciso ser perfeito, mas luz e sombra dão volume, e isso faz com que a ilustração pareça ter mais complexidade, e é agradável aos olhos.

Estudar o trabalho de ilustradores que você gosta ou de estilos que você admira pode ajudar a entender técnicas, processos e tendências. Isso porque mostra o que eles estão fazendo que está dando certo, com por exemplo, cores que estão sendo mais utilizadas.

2. Estilo

Dizem que é importante ser versátil, mas eu já acho que encontrar um estilo próprio é o que vai tornar o seu trabalho reconhecível no mercado. O estilo é uma combinação de técnicas, como você desenha, quais cores utiliza e em qual mercado atua, além de outros.

3. Portfólio

Um portfólio proifissional é imprescindível para começar a trabalhar como ilustrador. Ele vai funcionar como seu cartão de visita para agências, clientes e outros profissionais da área.

Algumas considerações importantes:

a. Seleção de Trabalhos

  • Escolha os melhores trabalhos: Selecione apenas as ilustrações que demonstram suas habilidades no mais alto nível. Não inclua tudo o que você já fez; seja criterioso. Isso porque, se o cliente vir algo não tão bom no meio do restante, aquilo vai impactar negativamente na impressão que ele vai ter de você.
  • Diversidade: Inclua não somente personagens, mas cenários completos e/ou até complexos, de acordo com seu estilo.
  • Apresente projetos completos: Ao invés de mostrar apenas uma ilustração isolada, mostre o projeto completo (exemplo: uma capa de livro, um storyboard de animação, etc.). Eu costumo colocar alguns esboços no meu portfólio, para mostrar um pouco do meu processo.

Mercado

Para entender como a ilustração funciona no mercado, você precisa saber quem são seus potenciais clientes em Ilustração de livros. Visite livrarias e anote quais são as editoras. Veja se o estilo de ilustração delas se encaixa com o seu.

Networking

O networking é uma das melhores formas de conseguir trabalho como ilustrador.

Quanto mais pessoas da área você conhecer, maiores suas chances de conseguir trabalho.

E se você conseguir publicar algo logo, isso faz com que as pessoas o vejam como ilustrador profissional, abrindo mais portas ainda.

Fazer pequenos trabalhos, no início, também é importante para pegar prática no mercado e ir criando um portfólio de trabalhos profissionais.

Dicas finais:

  • Sempre faça contrato com seu cliente
  • Defina prazos, tanto para você, ilustrador, como para o cliente
  • Mantenha-se atualizado, fazendo cursos e sempre aprendendo mais. Eu sempre digo que, quanto mais você conhece da área e do mercado, maiores suas chances de conseguir trabalho em um ritmo constante.
  • Seja profissional: Se aceitar um trabalho, vá até o fim. Sempre cumpra os compromissos que assumiu.
  • Tenha em mente que não vai acontecer da noite para o dia: é preciso perseverança, prática e estar sempre ligado no que está acontecendo na área.
  • Pode parecer difícil no começo, mas tenha perseverança. Um bebê leva 9 meses para se desenvolver, até estar pronto para nascer. Na carreira, é assim também. Não desista e em breve estará colhendo os frutos do seu trabalho. 🙂

Um feliz e abençoado Natal e um 2025 pleno de realizações!

(Retornarei em janeiro)

Live de Lançamento do Livro “Ilustríssimo Circo”

Ontem, dia 21 de novembro, realizamos o lançamento de mais um livro ilustrado pelos alunos da Vivência do Ilustrador.

A Vivência do Ilustrador é um programa onde o aluno aprende a ilustrar, a navegar no mercado editorial, a montar um livro ilustrado, e também participa da produção de um livro coletivo, totalmente escrito e ilustrado pelos alunos do meu curso de ilustração de livros infantis.

No final do processo, o aluno recebe 25 exemplares do livro, com a sua ilustração publicada.

Uma ilustração publicada, em nossa carreira, pode abrir muitas portas:

  • Você pode participar de associações literárias e/ou de ilustração
  • Você pode participar de feiras e eventos literários
  • Você pode ser contratado para trabalhar em editoras
  • Você pode ser convidado por autores para ilustrar
  • Você tem uma prova concreta das suas habilidades e conhecimentos.

Além disso, há outros benefícios, que os alunos vão contar na live AQUI.

Clique na imagem para assistir!

Ilustrado final de semana!

Os 5 Ps do Marketing em Ilustração

Muita gente acredita, e alguns até defendem, que o que basta para ser ilustrador é só desenhar bem.

Embora seja um fato de que ter habilidades artísticas, sejam tradicionais ou digitais, seja necessário para ser ilustrador, é um mito dizer que só isso basta. Tem gente que não concorda comigo, mas com anos de experiência na área, é o que tenho visto.

Alguns vão dizer que estou errada, mas eu explico:

Quem só desenha e fica em casa, sem procurar um propósito para sua arte, na minha opinião, usa a arte como passatempo.

Veja bem: se uma pessoa faz arte sem ter um objetivo, não é ilustração. Ilustração é a arte que tem como objetivo passar uma mensagem, um conceito, informar ou contar uma história. Arte que não faz isso, não é ilustração. Eu não vou falar de todas as áreas da ilustração, mas vou focar na minha área: ilustração de livros infantis.

1º fato sobre ilustração: tem que ter contar algo. Obviamente, tem que se fazer um bom trabalho também.

Vou exemplificar ainda com outra profissão: alguém que faz pão, e até posta no Instagram as fotos, é um padeiro profissional? Eu tinha uma vizinha que fazia pães lindos, super altos, fofinhos, mas ela não era profissional. Para isso, além de ter um pão gostoso e de qualidade, ela teria que ter quantidade para vender, mostrar sempre o seu trabalho, divulgar, saber precificar, saber onde encontrar os clientes…

Muita gente sabe dirigir, mas são todos motoristas profissionais? Eles tem que ser bons no que fazem, em primeiro lugar, mas também tem que ter os meios para conseguir clientes, cobrar, saber o seu valor no mercado, prestar um bom atendimento e se destacar entre os outros.

Aí alguém vai dizer: ah, mas um médico não precisa mais nada a não ser o seu conhecimento? Será? Bom, além dele ter que adquirir muito conhecimento, e também conhecimentos diversos para ser médico, tem que ter um ponto para atender (seja numa clínica, seja no seu consultório), tem que saber precificar suas consultas ou ter planos de saúde conveniados, tem que ter equipamentos, tem que saber atender o cliente, não só diagnosticar, tem que inspirar autoridade, isto é, mostrar que entende do assunto, tem que ter um website…

Acredito que em todas as áreas temos que saber ‘operar o equipamento’, em nosso caso, saber desenhar, saber composição, narrativa visual, etc… como também ‘navegar no oceano da área’, que é saber como conseguir clientes, contratos, direitos e deveres, habilidades comerciais e de negociação, entre outras.

Seria como dirigir: tem que saber dirigir o carro, mas também as regras de trânsito. Uma tem a ver só com a gente, que é o ilustrar, seja tradicional ou digital, e a outra tem a ver com relacionamentos.

Dito isso, a segunda coisa que temos que entender é:

2º fato: tem que desenhar bem, sim, mas também tem que aprender a navegar no mundo editorial. Saber onde encontrar os clientes, como precificar, quais são seus direitos e deveres como ilustrador, quais os direitos e deveres dos seus clientes, como ler um contrato, o que diz a lei de direitos autorais e quais suas brechas, como diversificar para ter renda recorrente…

Eu fiz marketing antes de estudar belas artes na Accademia di belle Arti di Venezia, na Itália.

E para você ter uma empresa, diz o Philip Kotler que você tem que ter 5Ps. Alguns dizem que são mais, mas a primeira teoria dele eram só esses 5.

P – Produto

P – Preço

P – Ponto

P – Promoção e publicidade

P – Pessoas

Vou aplicar em nossa área de ilustração:

Em primeiro lugar, o ilustrador tem que ter um bom PRODUTO, ou seja, um bom trabalho de ilustração, onde ele mostre todo o seu potencial, mostre que consegue produzir ilustrações variadas, com estilo, que tenham qualidade técnica, domínio do desenho e da narrativa visual.

Em segundo lugar, tem que saber o valor do seu trabalho – PREÇO. De nada adianta você conseguir tabelas de editoras que muitas vezes pagam muito abaixo do preço de mercado praticado, se esses valores não pagam seus custos e despesas, e você fica pagando para trabalhar.

Em terceiro lugar, é preciso ter um lugar – PONTO – onde as pessoas possam te encontrar, e em nosso caso, um website, sites de portfólios, redes sociais.

Porém, de nada adianta ter o lugar se ninguém sabe onde te encontrar. Por isso, em quarto lugar, é preciso PROMOVER o seu trabalho para que mais pessoas tenham conhecimento de que você existe.

Em quinto lugar, temos que envolver as PESSOAS em nosso trabalho. Em algumas empresas, as pessoas são os funcionários, fornecedores, parceiros e clientes. Em nosso caso, podemos considerar nossos clientes, mas não domente. Também as pessoas que não são nossos clientes diretos, mas são clientes de nossos clientes, os leitores e apreciadores de nosso trabalho.

E é por isso que o meu curso começa com noções básicas de desenho, mas não foca só nisso. Depois do primeiro módulo, que trata de desenho e materiais, no segundo eu passo a falar da narrativa visual, que é essencial para nossa profissão. De que adianta você saber desenhar bem, se não conhece as técnicas de visual storytelling?

No terceiro eu já passo para a gestão do livro ilustradro. É uma das perguntas que mais recebo por email ou mensagem: mas como eu faço um livro, como eu monto, como eu apresento para o cliente, como eu separo o texto, como fazer um livro que tenha ritmo, o que é rafe, o que é thumbnail, como eu falo com o cliente?

No quarto módulo, eu falo sobre os relacionamentos essenciais do ilustrador: embora pareça que o ilustrador trabalhe sozinho, isso não é sempre verdade. Sempre vamos ilustrar PARA ALGUÉM. Pode ser uma empresa ou uma editora? Sim, certamente, mas sempre vai ter uma pessoa que a representa. E vamos também conversar com nossos leitores, com crianças em oficinas, com leitores, fãs, editores e participantes de eventos, como feiras literárias, bienais, etc… Também falo como eu consigo clientes, de onde eles vem e como eles me encontram, orçamentos, etc…

No quinto módulo, eu mostro como eu diversifico, usando minhas ilustrações para outros fins, para que eu tenha renda de outros lugares que não seja somente de editoras. Isso porque é preciso trabalhar de modo a conseguir sempre trabalhos para o futuro, e ter uma renda extra que entra quando você está num mês sem trabalho é muito importante para o ilustrador freelancer.

No sexto módulo, eu falo sobre divulgação, pois é PROMOVENDO seu trabalho que você vai ficar mais conhecido e conseguir mais clientes.

Para finalizar, quero dizer que isso tudo que falei me pareceu difícil um dia. Mas não é preciso fazer tudo de uma vez. Eu estudei, pesquisei, experimentei opções para chegar onde estou. E você pode fazer o mesmo. Ou, se quiser abreviar o tempo e aprender tudo isso mais rápido, se inscrever no meu curso.

Clique AQUI para conhecer o curso e saber mais.

Contratos de Ilustração

Muita gente fica em dúvidas sobre contratos de ilustração. E há muita polêmica sobre esses contratos, pois cada cliente interpreta o trabalho do ilustrador de modo diferente.

Há quem diga que o ilustrador é autor de imagem, o que eu concordo, e portanto o contrato é de cessão de direitos autorais.

E há quem diga que o ilustrador presta um serviço, portanto, o contrato é de prestação de serviços.

E também tem quem diga que o contrato é de reprodução da imagem criada pelo ilustrador.

Enfim, isso já deu bastante debate e eu não vou entrar nesse mérito. Vou falar aqui do tipo de contrato que grande parte das editoras utiliza, que é o de cessão de direitos autorais de ilustração. Há autores e ilustradores que não concordam com esse tipo de contrato, e não vou entrar no debate, mas apenas falar sobre o tipo de contrato que é praxe.

Antes de saber mais sobre contrato, vou falar sobre os DIREITOS AUTORAIS.

Direitos Autorais

 O que significa um contrato de cessão de direitos autorais?

Os direitos autorais são os direitos que você tem como autor de imagem, em nosso caso, da ilustração.

Para melhor compreensão, vamos separar os direitos autorais em direitos autorais em morais e patrimoniais.

Os direitos autorais morais são os direitos que você tem de ser reconhecido como ‘criador da obra’. Por mais que outra pessoa ou instituição tenha a posse e propriedade de uma obra sua, você é reconhecido como o autor da obra e ponto final. Pelas leis brasileiras, isso é instransferível.

Já os direitos patrimoniais são os direitos que você vende ou transfere. É o que acontece quando você cede seus direitos para a editora utilizar suas ilustrações num livro. Algumas editoras fazem esse contrato com validade para 5, 10 anos ou até mesmo indeterminado. Cada caso é um caso e você tem que avaliar bem o que cada editora está propondo na minuta do contrato.

Podem ser cedidos para uso em território nacional ou internacional. Podem ser cedidos para uso somente no livro em questão ou então para itens promocionais também, como marcadores de livros, banners, catálogos, etc. Podem ser cedidos para mídias que já existem, e tem até contratos que dizem ‘mídias a serem ainda inventadas’. Tudo isso depende de cada caso e cliente, e definido em contrato entre ambas as partes.

 

Preciso Fazer Um Contrato De Ilustração?

 Há ilustradores que trabalham sem contrato, apenas conversando por email ou até whatsapp.

Entretanto, como você vai garantir que vai receber se não fizer um contrato?

Por isso, quando você for contatado para produzir ilustrações, é imprescindível fazer um contrato entre as partes. Eu diria melhor: inegociável. Se um cliente não quer assinar um contrato, para mim isso já faz acender o sinal amarelo.

Dependendo da editora, você pode enviar a eles o seu modelo de contrato. Em outros casos, eles mesmos vão lhe enviar a minuta deles para você analisar e pode ser que a editora só aceite trabalhar com o ilustrador se ele aceitar os termos deles.

Aí cabe a você a decisão, caso você queira muito fazer esse trabalho. Mas para poder decidir, tem que conhecer os seus direitos e deveres, a fim de conhecer o que é aceitável ou não.

Via de regra, 99,9% das editoras são bem corretas e também efetuam os pagamentos conforme a data combinada. Mesmo assim, é importante saber os seus direitos para que você consiga negociar caso o contrato não seja o ideal para você.

Além de um valor pela execução do trabalho, existe a possibilidade de se prever uma porcentagem sobre as vendas também, mais comum em casos de edições posteriores.

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Se essa postagem te ajudou, escreva algo nos comentários, para eu saber. Obrigada por ler!

Concursos de Ilustrações: Vale a pena participar?

A Lenda das Cataratas

Concursos de Ilustrações: Vale a pena participar?

Quando estamos começando na carreira de ilustrador, procuramos toda oportunidade possível para mostrar nosso trabalho. Por isso, uma das oportunidades que existem para isso são concursos literários e de ilustração.

Participar de concursos é interessante por vários motivos:

. ficar conhecido;

. se formos selecionados, sentimos que o nosso trabalho foi admirado e tem valor;

. fazer contatos;

. trabalhar com um briefing e datas de entrega;

. conhecer outros trabalhos;

. entender as tendências;

. e até se renovar ao observar outros trabalhos, gerando insights e novas ideias.

Outra vantagem é que aprendemos a ter resiliência. Todo trabalho autônomo requer muita disciplina e resistência. O que quero dizer é que nem sempre nosso trabalho será aceito e teremos que estar preparados para aceitar isso. Às vezes um trabalho de menor qualidade pode vir a ser selecionado, somente porque era a tendência daquele ano ou porque era conveniente que tal ilustrador fosse escolhido. Triste para tantos outros que estavam competindo, mas infelizmente isso acontece em todas as áreas.

Há alguns anos um livro infantil foi premiado aqui no Brasil e causou indignação a alguns escritores e ilustradores. Uma celebridade fez uma seleção de textos de outros escritores e publicou um livro onde as ilustrações eram feitas por ela, embora não fosse ilustradora. O argumento era de, enquanto tantos outros escritores fazem o possível para produzir textos inovadores e de qualidade, o texto não era dela e que só ganhou o primeiro prêmio por ser uma pessoa famosa.

Como os jurados mudam todo ano, também há as preferências pessoais. E muitos concursos já mencionam que a decisão deles é soberana e que todos os participantes, ao entrar no concurso, devem aceitá-la. Não há como recorrer.

Como estudei na Itália, vou começar pelo concurso mais importante de lá: a Feira de Bolonha. Eu diria que é a feira literária mais importante do país. Todo ano eles promovem um concurso onde você envia cinco ilustrações e elas podem ser selecionadas para a mostra e uma das ilustrações apresentadas será a capa do catálogo. No ano passado o prêmio foi de 15 mil dólares, como um adiantamento para ilustrar um livro infantil para a Edições SM (para ilustradores com idade inferior a 35 anos). Outro prêmio foi uma bolsa de estudos da escola de ilustração ARS IN FABULA (para ilustradores com idade inferior a 30 anos). Ilustradores do mundo todo podem participar do concurso. Mais informações veja aqui.

Outro concurso interessante é o Nami Island, da Coréia do Sul. O primeiro prêmio é de 10 mil dólares, a ilustração no catálogo e mostra. Deve-se enviar 5 a 10 ilustrações, que contem uma história. Um ilustrador brasileiro ganhou esse prêmio há alguns anos. Não há taxa de inscrição. Para mais informações, clique aqui.

Em Portugal, há um dos concursos mais importantes da Europa. Acontece a cada dois anos e o prêmio é de 5.000 euros. Clique aqui e leia tudinho em português.

Nos Estados Unidos, um dos concursos mais conhecidos é o da Society of Illustrators. Há uma taxa de inscrição e o prêmio são medalhas e a publicação no catálogo. Leia mais aqui.

No Brasil, ilustradores geralmente enviam suas obras para o Salão do Humor de Piracicaba. São aceitos cartuns, charges, tirinhas e caricaturas. Mais informações aqui.

Muitos concursos de ilustração infantil estão ligados a uma obra literária. Nesse caso, posso citar ainda os concursos da SM, da Kalandraka e Biblioteca Insular de Gran Canaria.

São milhares de ilustradores que participam todo ano. Mas mesmo que o ilustrador não seja selecionado, a participação é uma experiência enriquecedora. Além de ser um gostoso desafio, se for selecionado – ou até mesmo ser o primeiro colocado –  significará um grande salto na carreira.

Por outro lado, existem associações e editoras que podem se aproveitar da situação. Por isso, é importante saber discernir quais valem a pena e quais não.

Um exemplo de um concurso que não vale a pena é quando uma associação cobra uma taxa de valor alto para participar e o prêmio não faz jus a essa taxa. Muitos concursos não cobram nada, portanto é necessário ficar de olho para saber se é um concurso ‘sério’ ou alguma instituição querendo se aproveitar.

Outro exemplo que já vi acontecer é quando uma editora tenta fazer um ‘concurso’ para que os ilustradores disputem quem vai ilustrar um livro ou fazer uma capa, mas não oferecem pagamento em troca. Temos que ficar atentos para não trabalhar de graça. Já fui convidada para um concurso assim. Felizmente associações de escritores e ilustradores enviaram cartas de repúdio e a editora retirou o concurso rapidinho. A desculpa para promover o concurso era de que eles gostavam tanto do trabalho de todos os ilustradores que não sabiam qual convidar. Imaginem quantas ilustrações iriam receber de graça. A intenção era que os ilustradores se sentissem pagos pela honra de terem suas ilustrações publicadas. É o mesmo que comer num restaurante e dizer ao dono que ele deveria ficar feliz que escolhemos o restaurante dele para almoçar.

A editora poderia até argumentar que o ilustrador está tendo ‘exposição’. Porém, uma atitude assim vem a desvalorizar a nossa profissão e pode prejudicar a todos, principalmente quem está começando.

A ilustração é fundamental num livro infantil. E isso mostra o quanto o trabalho do ilustrador é importante. Já imaginou livros infantis sem ilustração?

Dica: uma editora que promova um concurso de livro ilustrado deve premiar o ilustrador com um valor correspondente ao trabalho de ilustrar uma obra. Um exemplo é o citado acima, da SM, que antecipa 15.000 dólares para o premiado, e o mesmo irá ilustrar um livro infantil.

Cuidado também com as associações desconhecidas ou sem relevância que dizem que você foi premiado e irá receber uma condecoração. Basta pagar o diploma, ou taxa “x”, no valor de algumas centenas de reais. Associações sérias são as que promovem eventos e nas quais você não paga nada ou uma taxa simbólica para participar.

Um último conselho: ao enviar ilustrações, verifique antes se são necessários os originais ou uma cópia. Antigamente eram aceitos somente os originais das ilustrações. Mas com o advento das ilustrações digitais, os concursos decidiram receber imagens via email, site ou até mesmo impressões. Caso sejam selecionadas, aí sim alguns solicitam os originais.

Em minha experiência, já enviei originais e recebi vários de volta, alguns cuja expedição foi paga pela instituição e outros que eu mesma tive que pagar. Em uma mostra, enviei três ilustrações. Duas foram selecionadas e a terceira nunca foi encontrada. O pessoal da mostra sequer havia visto a outra ilustração, o que me faz crer que devem ter retirado as duas primeiras e jogado o envelope fora com a outra. E como já estive lá pessoalmente, vi na sala deles que havia centenas de ilustrações que nunca tinham sido devolvidas e que seria muito difícil encontrar alguma coisa. Felizmente eu tinha fotografado a ilustração antes de enviar.

Caso tenha alguma dúvida ou quiser alguma opinião sobre o regulamento de algum concurso, entre em contato. 😉

O desafio do tempo e o trabalho criativo

O desafio do tempo e o trabalho criativo

Uma das coisas que me surpreende é o quanto a gente consegue fazer quando estamos empenhados. Aqui no blog já falei algumas vezes sobre produtividade. Parece uma coisa que não tem nada a ver com ilustração, mas é algo que me interessa bastante. Acredito que tudo na vida precisa de equilíbrio e por isso que valorizo o tempo em que estou ilustrando. Quero também poder curtir minha família, os eventos, tempo com os amigos, viajar, descansar… 

Esse último mês fiz muuuuitas ilustrações. Para um só livro, fiz 26, além ainda de outras 5 para dois projetos futuros, mas que tinham que ser feitas ainda este mês. Para alguns pode parecer pouco, mas quando você trabalha com técnicas tradicionais de pintura, leva um certo tempo para produzir uma ilustração. Nos Estados Unidos, por exemplo, há ilustradores que levam 6 meses para produzir essa mesma quantidade. Isso não quer dizer que todo trabalho que eu faço seja assim. Às vezes tenho bastante tempo para uma quantidade bem menor. 

Como todo mundo, às vezes a gente sabe que tem tempo e fica deixando para a última hora. Não é à toa que existem tantos livros ensinando a ‘vencer a procrastinação’. Rsrs…

Eu estou sempre tentando ser mais produtiva, e estudo bastante o que posso fazer para melhorar (às vezes até penso que ‘estudar’ também é um jeito de procrastinar). Uma coisa que eu gosto muito é de sempre fazer ‘um pouquinho a mais’. Acredito que devemos sempre nos desafiar. Com isso não estou falando de fazer algo muito grande. Costumo dizer a meus filhos: se você tem uma tarefa grande, não fique estressado. Divida em partes e faça cada dia um pouquinho. Se for um livro, um capítulo (ou até uma página) é melhor que nada. Se tem um grande trabalho de escola, que tal dividir em partes e destinar um trecho para cada dia? 

Eu gosto de fazer um planejamento, divido em algumas partes e vou fazendo um pouco a cada dia. Funciona bem para mim. E foi assim que planejei o meu tempo, não deixando de fazer ainda as outras atividades que tinha todos os dias. 

Para fazer uma ilustração, não basta só desenhar. É preciso ler o texto, entender se há algo que o autor quis dizer ou se fez referência a algum outro tema, pensar no que vai desenhar, esboçar, imaginar o que a criança vai interpretar… Depois de terminar o esboço (ou rafe), aí começa o trabalho da pintura, que é a parte mais divertida, na minha opinião. Se bem que às vezes eu gosto muito do desenho em preto e branco também. 😄 Mas o ato de deslizar o pincel sobre o papel traz uma satisfação muito grande para mim. 

O trabalho do ilustrador parece fácil para quem está olhando de fora. Como brincam meus filhos: ‘você fica desenhandinho o dia todo’. Mas a verdade é que o nosso trabalho é um trabalho de criação. Ilustrar é um trabalho criativo, portanto o ilustrador é um ‘criador’ de algo. Você consegue imaginar que privilégio? Temos a tarefa de inventar alguma coisa que, até então, não existia. Através de papel, lápis, tintas e também do computador, podemos dar vida a personagens que vão entreter, divertir, levar a questionamentos, encorajar, inspirar, despertar emoções e até mudar vidas. Uma responsabilidade e tanto. E que honra, não?

Ontem ainda comentei com uma amiga que a vida para mim é como um punhado de areia na minha mão. Os anos vão escorrendo e eu fico pensando que 24 horas no dia é pouco para tudo que desejo fazer. Por isso a produtividade é algo que me fascina. Nós, trabalhadores criativos, somos aqueles que não se contentam em ficar na rotina, fazendo sempre a mesma coisa. Às vezes queremos mudar o mundo, às vezes deixar nossa marca, às vezes só queremos produzir algo e ter a satisfação de saber que ‘foi feito por mim’. 

Por isso, embora o tempo às vezes seja escasso, ainda assim sabemos que o nosso trabalho vai impactar muitas pessoas. E isso não é maravilhoso?