Mentalidade do Ilustrador Profissional

É um fato que as séries coreanas são um sucesso mundial. Eu já vi umas 3 ou 4, e as que vi foram bem leves, mas sempre com um fundo instrutivo. Talvez eu não tenha visto muitas, pois pelo que me contam amigas e conhecidas, tem uma porção e sempre me indicam alguma que consideraram maravilhosa e que eu tenho que assistir.

Curti muito as que vi, porque sempre tinham uma mensagem.

A que mais gostei foi uma que o ambiente da série é uma editora. Nossa, fiquei fascinada. Deram muita informação editorial, e achei sensacional. Aprendi muito.

O tema dessa série era como a mulher pode retornar ao trabalho depois de um tempo cuidando dos filhos. Mesmo com graduação e prêmios no curriculum, como foi difícil para ela. E me pareceu que lá isso é até pior do que aqui no Brasil.

A protagonista – Kang Dan-i – ficou 7 anos fora do mercado de trabalho e na série acaba tendo que aceitar um trabalho inferior para o qual estava preparada, que era trabalhar com marketing e publicidade. Na verdade, para conseguir o trabalho, teve que omitir que era formada. Até mesmo nesse teve dificuldade para conseguir, mas acabou conseguindo.

Ela se sai super bem, é super humilde, quer aprender e é muito grata pelo trabalho. Ela teve uma segunda chance e agarrou com toda força. Não vou contar o fim, mas é claro que ela passa por momentos difíceis até ter o seu final feliz.

Você está usando seu talento?

Essa série me fez pensar em quantas vezes já me deparei com pessoas muito talentosas, cheias de capacidade, e que não estavam usando seus talentos.

Algumas vezes, por falta de oportunidade, outras por não terem mais esperança, outras, porque a vida as levou para outro rumo, e não conseguem voltar ou não sabem como. Às vezes, não parece haver luz no fim do túnel.

Eu acredito que temos que ter fé. Se estamos no mundo, é porque Deus nos colocou com um propósito. Eu não acredito que estamos aqui ‘só a passeio’, como diz o ditado.

Eu também fiquei um tempo sem trabalhar quando tive meus filhos. Usei esse tempo para estudar, fiz vários cursos, todos em áreas que me interessavam. Uns foram gratuitos, uns a pagamento – e caros, mas fiz sacrifícios para pagar, pois afinal eram algo que estava relacionado ao meu sonho de trabalhar com ilustração infantil.

Por isso, resolvi escrever aqui sobre algo que é muito importante para conseguirmos atingir os nossos objetivos: metalidade, ou, como dizem alguns, mindset.

Quem me conhece sabe que sou otimista demais às vezes. Sou do tipo que acorda feliz e ama tomar café da manhã.

Meu filho diz que sou um ‘ursinho carinhoso’, que sempre acho que tudo vai dar certo, que as dificuldades são maneiras de aprendermos. Ele – e minha filha – caçoam de mim por eu sempre ter um exemplo de superação, uma história ou um ditado.

Eu tenho até um quadro preto, onde escrevo algum ditado ou um versículo.

Obviamente não sou sempre assim. Tem dias – e hoje é um deles – que a vida nos passa a perna. As decepções desanimam, e a gente acaba se perguntando se vale a pena correr mesmo atrás de nossos sonhos. Pensamos que temos o controle nas mãos e, quando a gente vê, acontece uma supresa que nos deixa abalados.

No entanto, temos que ser como aqueles bonecos ‘joão-bobo’. A vida acerta na gente, vamos ao chão mas voltamos a ficar de pé e continuamos a jornada.

Por isso, eu acredito verdadeiramente que, se tivermos força de vontade, preparação, um plano e recursos, chegaremos lá. Termemos obstáculos? Certamente. Quem não os tem?

A maior indústria de entretenimento está aí para provar isso. Milhões de pessoas compram jogos online só pelo prazer de superar obstáculos.

Mas tem níveis que são mais difíceis. Ficamos dias e dias tentando passar. E quando conseguimos, a satisfação não é maior?

Quem conhece a minha história, vai entender que as chances de eu ter chegado onde cheguei eram minúsculas. Nascida numa família pobre, estudando em escola pública, nem material direito tinha. Um dia, pedi para minha mãe:

– Mãe, queria aprender piano.

E ela respondeu;

– Filha, aqui na região não tem nem quem ensine. – Eu achei interessante a desculpa dela, porque na verdade não teria como pagar as aulas.

Não foi possível aprender piano, nem balé, nem artes… Aprendi crochê e tricô, que era o que tinha.

Para desenhar, como não tinha papel, eu usava as folhas vazias dos livros que minha mãe tinha em casa. Às vezes, desenhava até nas paredes. Por sorte, meus pais nunca brigaram comigo por isso, embora meu pai fosse bem severo com a gente. Acho que ele nunca viu, por isso que não brigou. Rsrs…

Toda profissão tem seu lado bom e seu lado ruim

Quando somos crianças, são poucos os pais que estimulam a arte como uma profissão. Quantas vezes não ouvimos: arte não dá dinheiro. Larga mão de desenhar e procura um emprego de verdade? Muita gente quer trabalhar como ilustrador, mas muitos desistem antes mesmo de começar.

É difícil? Às vezes, é. Mas qual profissão é sempre fácil?

Ah, mas tem os funcionários públicos, que prestaram concurso, e ganham bem, dizem alguns. Pode até ser, mas será que estão fazendo o que gostam? Quantos deles tem tarefas que drenam as suas forças? Eu conheço alguns que tem trabalhos que eu não invejo. Pode acreditar.

Ser advogado é fácil? Será? Quantos deles tem que lidar com clientes suspeitos, separação de famílias, pessoas com problemas familiares, ameaças, e ir atender de madrugada um cliente que teve algum problema?

E os médicos? Ganham bem? Alguns ganham, mas nem sempre. E às vezes tem que lidar com a dor, a perda, a morte, a frustração por terem feito tudo que podiam, mas a pessoa não sobreviveu?

Toda profissão tem suas dificuldades.

E a nossa não é diferente.

Dizem que a maior dificuldade é conseguir clientes. Mas eu acho que a maior dificuldade é encarar ilustração como uma profissão, que essa profissão também precisa de dedicação de verdade, avaliar e ter um bom trabalho para entregar, saber lidar com os clientes, cumprir prazos, saber navegar no mundo editorial e no mercado, saber administrar o seu trabalho. Enfim, não ver ilustração como hobby, mas como trabalho, e que, sendo visto como trabalho, aí sim será bem remunerado.

Você consegue!

Quanto ao nosso sonho de ilustrar, creio que devemos pensar e agir como se já estivesse acontecendo.

Por que isso?

Porque ajuda muito a você ter uma mentalidade que acredita que é só uma questão de tempo, e não uma mentalidade de derrota.

Se ainda não aconteceu, não pense: se eu vier a ilustrar um livro

Pense: quando eu ilustrar um livro

Porque nossas ações vão acontecer conforme o que acreditamos. Acredite que vai conseguir, e aí começará a agir para isso acontecer. Nossa autoconfiança aumenta quando acreditamos, nos preparamos e agimos intencionalmente.

Tem um conhecido meu que desejava tocar violino. Quando era jovem, ele foi na aula e o professor, ouvindo ele, disse: você não tem talento.

E sabe o que ele faz hoje? Toca na Orquestra Sinfônica do Paraná.

Ele poderia ter acreditado no que o professor falou e ter desistido. Mas ele se recusou e estudou mais que os outros, para ficar melhor, e aí conseguiu o lugar que ele queria.

Lembre: o trabalho duro supera o talento quando o talento não trabalha duro.

O mundo mudou… e as oportunidades aumentaram

Há 20 anos, tinha muito menos oportunidades que hoje.

Logo que comecei, fui a uma editora conversar sobre a possibilidade de ilustrar para eles. Eles falaram que gostaram do meu trabalho, e queriam até que eu desse aula, mas não poderia ilustrar para eles porque eles tinham contrato com 15 profissionais (entre escritores e ilustradores) e não estavam pegando mais gente.

Pode imaginar? Somente 15 pessoas?

Hoje em dia, isso já não é mais assim. Muitas editoras não tem mais contrato somente com ilustradores específicos e muitos livros são feitos de modo freelancer. Se a editora gostar do seu trabalho, nada impede que eles contratem você para ilustrar.

Antigamente, somente editoras tradicionais poderiam concorrer ao prêmio Jabuti. Hoje em dia, até mesmo edições autorais podem. Muita coisa mudou.

Tudo isso graças à internet, que democratizou as possibilidades.

Antigamente, eu não poderia ilustrar para Portugal, como fiz já algumas vezes. Seria muito difícil.

Hoje temos muito mais possibilidades.

Mesmo que suas ilustrações não sejam hiper-realistas como as de algum ilustrador que você admira, isso não quer dizer que você não tenha chance.

Uma vez estava falando com um diretor de arte e ele me falou que gostava de ilustrações tremidas, que não tinham um traço definido. Isso me surpreendeu muito. Jamais eu teria imaginado que eram as preferidas dele.

Por causa disso, me senti mais livre, e o trabalho que fiz para ele foi com mais artístico, e me senti muito feliz com aquele trabalho, pois ele me deu a liberdade de não ter que fazer perfeito.

O que às vezes não gostamos em nosso trabalho, pode ser o que uma outra pessoa aprecia. E isso pode até contar a nosso favor.

Por isso, embora você admire um outro estilo, tente melhorar o seu, para que tenha um aspecto mais profissional, e assim captar a atenção de possíveis clientes.

Hoje tem espaço para todos. Nunca houve algo assim em nossa área.

Todos podemos melhorar nosso trabalho, não importa em que nível estamos. Basta praticarmos com frequência, com constância, aprendendo sempre mais e buscando ajuda quando não conseguimos algo. Nosso trabalho vai sempre evoluir. Por isso, a prática é tão importante.

Use os obstáculos como degraus em direção ao seu objetivo

Obviamente, você vai ver dificuldades no caminho, mas entenda que esses obstáculos são parte do processo, e que mesmo que dificultem, ou até impeçam oportunidades, serão aprendizados que farão de você uma pessoa mais preparada para colher os frutos do seu trabalho.

Eu passei por obstáculos também, mas não desisti. Deu vontade, confesso. Mas eu pensei: se eu não lutar pelo que quero, quem vai fazer?

Eu sempre tentei aprender mais, me aprimorei, fiz vários cursos no exterior. Fiz no exterior porque aqui não encontrei as respostas.

Foi caro? Foi um verdadeiro sacrifício. Mas não vale a pena sacrificar algumas coisas, como uma pizza por semana, ou o dinheiro da faxineira, ou até deixar de comprar um sapato novo, só para dar um passo em direção ao seu sonho?

Mas hoje em dia não é mais necessário procurar informação fora do Brasil, porque agora no meu curso eu respondo tudo que eu queria saber, e porque eu sei como é difícil encontrar essas respostas.

Alguns profissionais não querem divulgar, pois temem a concorrência.

Verdade. Há ilustradores que me ajudaram muito no começo, mas houve também quem não quisesse nem papo, com medo de que eu roubasse o espaço dele.

E também é verdade que, mesmo aqueles que são bem sucedidos ou que às vezes parecem bem sucedidos, passaram, passam e passarão por obstáculos ao longo da carreira. Sempre tem.

E isso acontece em todas as áreas.

Um conhecido meu tem uma loja de uma grande franquia. Ele não tem que correr atrás de clientes, porque todo mundo quer comprar lá. Mas ele comentou nesse final de semana que eles têm muitos problemas com a loja e às vezes dá até vontade de desistir, mesmo tendo lucro. E ele está no ramo de alimentos. Imagine: se eles têm problemas, por que outras profissões não teriam?

Quando algo não der certo, pense: isso não funcionou, mas quais foram as 3 coisas que eu aprendi com essa experiência?

Muita gente diz que a carreira artística não dá dinheiro. Mas se você estudar, se preparar, agarrar as oportunidades, e perseverar, é só uma questão de tempo.

E alguns vão deixar para fazer quando o momento certo chegar. Mas e se o momento certo não chegar nunca? A vida é caótica. Sempre tem coisas acontecendo.

Vida é aquilo que acontece enquanto você está fazendo planos.

Eu amo planejar. Mas só planejar não leva a nada. Por isso, coloque o primeiro passo logo em prática. E depois outro, e depois outro…

Li essa semana que as pessoas bem sucedidas do mundo têm algumas coisas em comum:

· eles acreditam que podem conseguir o que querem,

· eles agem para que aquilo aconteça (fazem planejamento, dão passos, suas ações estão de acordo com o objetivo)

· sabem que não será fácil, que haverá obstáculos, mas que eles podem superar, e que vão planejar como superar

· e até aprender com esses obstáculos.

Quando você tem confiança no seu trabalho, isso transparece no que você ilustra.

Então, avalie o seu trabalho, veja o que falta, planeje e pratique, para que o seu desenvolvimento seja constante e você esteja cada dia mais perto do seu objetivo.

Há na Bíblia a parábola. A parábola dos talentos. (Mateus 25:14-30) Embora eu já tenha ouvido diversas explicações, eu gosto muito da que diz que Deus nos deu pelo menos um talento e que devemos usá-lo. Se todos temos um talento, não podemos enterrar e não fazer nada com ele. Esse talento tem um propósito que deve ser cumprido. Ele tem que dar fruto.

Não importa o que você vai fazer, tem que colocar as suas habilidades para produzir, para ajudar as pessoas, para contribuir com o mundo onde vive. E o seu talento poderá impactar a vida de muita gente.

Voltando à série coreana, a Kang Dan-i voltou ao mercado de trabalho numa posição inferior. Porém, ela não se deixou abalar e toda oportunidade que teve, tentou colaborar com suas habilidades de marketing. Mesmo que não fosse a área onde estava trabalhando naquele momento, ela viu que poderia colaborar. Mostrou proatividade e usou o talento dela para ajudar a empresa e tentar melhorar sua posição dentro dela também. Ela tentou várias vezes, e algumas não deram certo. Mas mesmo assim, ela perseverou até que teve o resultado esperado.

Portanto, não enterre o seu talento. Use em todos os momentos, pois as oportunidades podem aparecer quando você menos esperar.

Ilustrada semana!

Teste – O Quanto Você Sabe Sobre Ilustração de Livros Infantis – Check List do Ilustrador

Quero começar dizendo que cada carreira é diferente. Cada ilustrador tem oportunidades diferentes. E que não tem certo ou errado.

Eu, por exemplo, fui fazendo ilustrações, trabalhando aqui e ali, descobrindo novas oportunidades e hoje, graças a Deus, deu certo. Eu não segui um caminho igual ao de ninguém e nem posso dizer que o meu é o correto.

Então, vamos transformar nossos sonhos em objetivos. Por isso, vamos fazer um plano. Vamos fazer um inventário do ilustrador. Um teste para saber onde você está no momento.

Anote aí se você sabe as respostas.

O que eu preciso fazer para me tornar ilustrador?

Vamos fazer um inventário e você vai marcando o que já tem preparado:

1. Eu sei usar bem os instrumentos necessários para ilustrar? Sei usar o tablet, o computador, o lápis ou o pincel?

2. Eu desenho relativamente bem? Eu sei desenhar, seja no digital ou no tradicional, ou com lápis e papel?

3. Eu tenho habilidades artísticas?

4. Eu conheço pelo menos parte dos fundamentos de uma boa ilustração, como por exemplo: desenho, técnicas, luz e sombra, volume, perspectiva?

5. Será que é preciso aprender ilustração digital para ser ilustrador ou posso ilustrar com técnicas tradicionais?

6. Eu sei narrar uma história visualmente?

7. Eu sei desenhar personagens? Gestos e movimentos? Emoções?

8. Eu sei fazer um cenário para uma história?

9. Eu consigo fazer uma boa composição?

10. Consigo fazer o leitor entender a história?

11. Minha composição ajuda ou atrapalha a compreensão do texto?

12. Eu consigo dar o clima na história com a composição e tonalidades?

13. Eu tenho estilo próprio?

14. Eu sei planejar um livro sozinho?

15. Consigo cumprir um cronograma da execução de ilustrações do livro?

16. Sei apresentar meu trabalho para um editor?

17. Sei fazer um storyboard e uma boneca do livro para apresentar ao meu cliente?

18. Sei como responder a um cliente quando me pedem para ilustrar?

19. Sei o valor do meu trabalho?

20. Sei como negociar?

21. Conheço as tarefas que competem a um ilustrador de livros infantis ou desconheço o que devo fazer?

22. Sei como enviar meu trabalho finalizado para o cliente?

23. Conheço meus direitos como ilustrador e autor de imagem?

24. Sei fazer um contrato?

25. Será que estou fazendo o certo? Será que o cliente está sendo justo comigo?

26. Será que estou fazendo pouco ou muito como ilustrador? Será que estou agradando com meu trabalho?

27. Será que meu nome irá na capa ou nos créditos do livro?

28. Será que posso usar esse trabalho para me promover?

29. Será que posso fazer um ebook com minhas ilustrações?

30. O que coloco no meu portfólio?

31. Devo enviar portfólio físico ou digital para os clientes?

32. Será que vale a pena participar de concursos?

33. O que devo fazer para me associar a coletivos e associações literárias?

34. Onde encontro clientes? Quem irá querer o meu trabalho?

35. Será que existem agentes literários no Brasil?

36. Será que existem outras maneiras de ter renda com ilustração sem ser o livro infantil?

37. Será que existem outros modos de publicar um livro?

38. Me convidaram para ir numa escola? Vou de graça?

39. Devo ilustrar de graça?

40. Devo ilustrar e receber livros como pagamento?

41. Devo pagar para publicar?

42. Eu preciso mesmo ter um website próprio? Onde eu faço isso?

43. O que eu posso desenhar para começar?

44. Qual o investimento inicial para começar?

45. Como posso divulgar meu trabalho?

46. Ir a feiras de livros é importante?

47. Será que tem que gostar de ler histórias infantis para ser ilustrador?

48. Eu conheço os jargões da área, ou sei pelo menos o que as palavras específicas significam?

49. Posso tentar ilustrar para o exterior?

50. O ilustrador é um prestador de serviços ou um autor de imagem?

Antes de eu te dar o resultado, queria fazer aqui a minha propaganda. Não vai durar mais de um minuto. Se você gostaria de saber a resposta para as perguntas que não soube responder, considere se inscrever no meu curso Ateliê Ilustre – Método Ingrid, onde eu falo sobre tudo isso e muito mais. Se você quiser saber mais sobre o que eu ensino no curso, clique no link abaixo do vídeo que lá tem a explicação de tudo e ainda uma aula gratuita sobre criatividade e como eu faço para ter ideias para ilustrar.

Voltando ao resultado, vamos ver quanto você marcou.

Marque 2 pontos para cada pergunta que soube responder. Marque 1 ponto se saber a resposta parcialmente.

Se marcou até 20, ainda está no nível Aspirante ou Entusiasta.

Gosta de ilustração, desenha esporadicamente e todo mundo diz que desenha bem. Sua matéria preferida sempre foi artes e seus cadernos sempre tinham – ou tem – desenhos em algumas páginas. Seu sonho é trabalhar com arte ou desenho, mas ainda não tem uma rotina de trabalho.

Se marcou de 21 a 40, é Ilustrador Iniciante

A prática de desenho já faz parte de sua rotina e seu maior objetivo é poder viver da sua arte. Já divulga alguns de seus desenhos ou ilustrações em mídias sociais, e conhece técnicas – tradicionais ou digitais. Porém, sente-se inseguro sobre a área de ilustração e seus jargões, pois não conhece profundamente todos os processos. Gostaria de se aprimorar e desenvolver ainda mais suas habilidades.

Se marcou de 41 a 60, já é um ilustrador propriamente dito

Já tem um portfólio com traço e estilo definidos, atua na área, e até já recebeu por alguns trabalhos, mas ainda tem dúvidas sobre a parte comercial e administrativa da profissão.

Se marcou de 61 a 80, é um ilustrador profissional

Trabalha com consistência, divulga, promove e sabe o valor do seu trabalho, é formalizado (empresa ou autônomo), tem clientes e já publicou.

Se marcou mais de 80, você é o máximo! Parabéns! É um ilustrador especializado!

Além de ilustrar para livros, pode produzir o livro todo, do manuscrito à produção gráfica, produzir produtos com suas ilustrações e ministrar workshops.

Para você que não marcou o quanto gostaria, a meu ver, em primeiro lugar, é preciso aprender as habilidades artísticas e a usar os instrumentos necessários para fazer uma boa ilustração. Aprender a usar os instrumentos e os fundamentos da ilustração é o começo. Se você já tem um bom trabalho, se já sabe desenhar, já tem uma boa técnica, pode começar a aprender ou desenvolver mais outras habilidades que serão muito úteis para você poder navegar no mercado editorial: narrativa, gestão do livro, relacionamentos, ideias para ter renda extra e divulgação.

Para você não esquecer de nada, e estar sempre no caminho, basta lembrar do meu nome INGRID.

Instrumentos e os fundamentos da ilustração

Narrativa

Gestão do livro

Relacionamentos

Ideias para ter renda extra

Divulgação

No começo, pode ser um pouco desanimador, pois os trabalhos não aparecem, as coisas vão devagar, você não sabe bem para onde ir. E para que você não fique desanimado, é importante ter uma mentalidade de persistência.

Às vezes, é difícil se manter no caminho, porque os resultados podem demorar um pouco para aparecer. Porém, a carreira do ilustrador é construída aos poucos e ao longo dos anos. Obviamente existem exceções. Pode ser que você conheça alguém que ‘bombou’ da noite para o dia. Mas são exceções.

O trabalho artístico, na maioria das vezes, é construído por um bom tempo, até que alguém seja reconhecido. E aí, às vezes, uma oportunidade surge, o ilustrador acaba tendo maior visibilidade e as pessoas acham que foi ‘de repente’. Mas não é assim. A maioria já trabalhou muito nos bastidores até se tornar mais conhecido.

Às vezes, alguém com menos talento tem mais sucesso porque não é tão perfeccionista, é mais ousado, tem mais autoconfiança, não procrastina e é consistente no trabalho.

Uma vez li um livro sobre como já educar o bebê desde o nascimento. E a autora dizia: comece como quer continuar.

Se queremos que o bebê tenha rotina um dia, temos que começar desde o nascimento e persistir, perseverar na nossa intenção.

E com nossa carreira, tem que ser assim. Mesmo que no começo pareça difícil, como é com bebês também, pois o choro já derrete a gente kkkk, temos que definir como nossa carreira será e persistir nesse caminho.

Outra analogia que faço com os bebês é que eles não aprendem a comer e andar sozinhos. Aos poucos, vamos nutrindo, ensinando com paciência, porque sabemos que um dia vamos vê-los conseguindo.

E temos que pensar em nossa carreira do mesmo jeito. Nutrir, dar pequenos passos, aos poucos, ao longo dos meses – e às vezes anos – até que uma hora nossa carreira estará em pé, nutrindo a si mesma. Só temos que ter confiança e perseverar.

Eu sei que é difícil fazer tudo isso. Eu mesma não dou conta de postar o tempo todo, de pegar todo trabalho que eu gostaria, às vezes tem mais de um e eu fico querendo abraçar tudo, mas não é possível. Mas pense na sua rede social: como você quer que ela seja e comece a fazer desde já. Escolha 3 clientes dos seus sonhos e comece a trabalhar pensando em como você vai abordar eles, o que vai fazer para que eles queiram você como parceiro de trabalho, como ilustrador dos livros ou produtos deles.

E assim como os bebês, dê um passinho hoje, uma tentativa maior amanhã, e quando você perceber, sua carreira já estará ‘andando’.

Outra coisa que você precisa entender, e não estou falando de coisas abstratas, é que o mundo hoje é muito visual e que precisa MUITO de imagens. E muitas, muitas mesmo, dessas imagens, serão feitas por ilustradores.

E tem espaço para todos, pois o que uma empresa quer é diversidade de imagens. Como eu sempre digo: não seria muito entediante todos os livros de uma livraria terem o mesmo estilo de ilustração?

Então, persista e não desista. E se quiser aprender mais sobre ilustração de livros infantis, clique no link abaixo e assista uma aula gratuita sobre criatividade e sobre como eu crio uma ilustração com narrativa com apenas alguns elementos.

www.atelieilustre.com.br

Espero que tenham gostado! Obrigada e Ilustrada semana!

Análise de Ilustração – Carla Lisbôa

Na Vivência do Ilustrador, os alunos fazem uma ilustração para um livro coletivo e no vídeo abaixo, eu comento sobre o esboço de ilustração da Carla Lisbôa.

A Vivência do Ilustrador é um programa que eu criei onde você aprende a ilustrar para livros infantis e já publica uma ilustração.

Faz parte da Vivência o curso online de ilustração Ateliê Ilustre, o processo de produção do texto e ilustração para o livro coletivo, a publicação em livro impresso e digital, e o aluno que participa ainda recebe 20 exemplares do livro com sua ilustração publicada.

Venha participar você também: entre na lista de espera AQUI.

Análise de Ilustração – Greice Antolini

Assista no vídeo abaixo os comentários e a análise de fiz da ilustração da aluna Greice Antolini.
 
Greice Antolini é aluna da Vivência do Ilustrador, que é um curso de ilustração de livros infantis online, onde você é a estrela. Você, que é aluno, é quem ilustra e publica sua ilustração no livro. No fim desse programa, você recebe 20 exemplares impressos com sua ilustração publicada.
 
Esses exemplares, você pode dar, doar ou vender, remunerando o seu trabalho.
 
Espero que curta!
 

Ilustrada semana!

Análise de Ilustração – Jorge Kuranaka

Todo livro que fazemos tem participação de vários alunos/ilustradores. E em todos, eu convido um aluno para escrever o prefácio e outro fazer uma ilustração para a folha de rosto.

Em nosso próximo livro, Fábulas Ilustres, o prefácio será do aluno Jorge Kuranaka. E para acompanhar o texto, ele também fará uma ilustração.

Assista no vídeo abaixo os comentários e a análise de fiz da ilustração do Jorge, que é aluno da Vivência do Ilustrador.

A Vivência do Ilustrador, que é um curso de ilustração de livros infantis online, onde você é a estrela. Você, que é aluno, é quem ilustra e publica sua ilustração no livro. No fim desse programa, você recebe 20 exemplares impressos com sua ilustração publicada.

Esses exemplares, você pode dar, doar ou vender, remunerando o seu trabalho.

Espero que curta!

Ilustrada semana!

Análise de Ilustração – Myriam Baraldi

Assista no vídeo abaixo os comentários e a análise de fiz da ilustração da aluna Myriam Baraldi.

Myriam Baraldi é aluna da Vivência do Ilustrador, que é um curso de ilustração de livros infantis online, onde você é a estrela. Você, que é aluno, é quem ilustra e publica sua ilustração no livro. No fim desse programa, você recebe 20 exemplares impressos com sua ilustração publicada.

Esses exemplares, você pode dar, doar ou vender, remunerando o seu trabalho.

Espero que curta!

Ilustrada semana!

Como entrar no mercado de trabalho

Essa semana, recebi mais uma mensagem me perguntando sobre como começar no mercado de ilustração. E achei que seria interessante compartilhar aqui o que respondi.

Acho que não tem um caminho preciso, mas uma série de aspectos que podem ajudar você a começar.

Na minha opinião, o que faz a gente entrar no mercado de ilustração é unir preparo + oportunidade.

Eu sei que já falei isso outras vezes e que parece que estou tentando vender uma ideia. Mas não se trata disso. É a pura verdade. Em qualquer área, temos que nos preparar e temos que ter uma oportunidade para mostrar nossos talentos.

Não adianta aparecer a oportunidade de fazer algo, se não estamos preparados. Quantas pessoas desenham, mas não tem materiais, não tem técnica, desconhecem o processo… e não terão como agarrar a chance se não sabem como desempenhar o trabalho?

Por outro lado, também não adianta a gente ter materiais, conhecimento e técnica, e as oportunidades não aparecerem.

Mas como é que alguém pode garantir que as oportunidades surgirão?

Tem uma frase, atribuída a Picasso, que diz que a inspiração existe, mas tem que te encontrar trabalhando.

Pois vou dizer algo similar: as oportunidades aparecem, mas muitas vezes só nos damos conta quando estamos trabalhando.

É fato que às vezes nem notamos que uma oportunidade apareceu, porque nosso foco não está no trabalho de ilustração.

E as oportunidades também aparecem mais quando as pessoas sabem que você ilustra.

Muita gente me escreve falando que perdeu a oportunidade. Alguns até tinham técnica, mas não sabiam como fazer o livro, como falar com o cliente, se deviam ou não fazer um contrato, e muito menos o que ia nesse contrato.

Eu também dou consultoria, e dias atrás uma pessoa me perguntou como agir quando abordada por um cliente. Reconheço que é muito difícil a situação se você não sabe como agir e não tem a quem perguntar.

Antes do meu primeiro livro, fui chamada por um estúdio de música para fazer ilustrações para uma cartilha. Quando fui na reunião, a pessoa responsável gostou do meu trabalho, mas quando ela perguntou sobre valores e condições, eu fiquei muda e não soube dizer nada. Perguntei quanto ela pagava para fazer as ilustrações e ela disse que eu tinha que dizer.

Veja só minha inexperiência. Foi ridículo, na verdade. Totalmente amadora. Eu não sabia nem o valor do meu trabalho. Não chutei nem um valor. E eles, percebendo a minha inexperiência, ficaram com medo de me contratar.

Isso passou e eu ficava fazendo ilustrações esporadicamente, mantendo um blog na internet, esperando que alguém me chamasse.

Mas aconteceu que, bastante tempo depois, fui indicada como ilustradora para um autor. Ele pediu para eu entrar em contato, e aí mandei um email com ilustrações minhas para ele ver.

Ele gostou e reenviou para o editor. Foi aí que surgiu a primeira oportunidade.

Como eu já tinha perdido uma, comecei a estudar tudo o que podia sobre ilustrações, valores, mercado, etc… Não tinha tanta informação no Brasil, então busquei aprender e me aperfeiçoar com informações no exterior.

Assim, dessa vez tinha um pouco mais de ideia do que fazer e do que não fazer, afinal, às vezes a falta de informação, omissão ou a ausência de uma resposta prejudica mais do que fazer/dizer algo errado.

Porém, surgiu a oportunidade e agarrei, mesmo não sabendo tudo. Confesso que me deu um medo grande de, por ser meu primeiro trabalho, a editora não querer dar continuidade caso eu fosse perguntar alguma coisa.

Na verdade, o editor e eu discutimos bastante por email. Eles não me conheciam e o contrato que tinham feito não atendia a tudo que eu acreditava ser bom para mim, como ilustradora.

Nós trocamos muitos e-mails, argumentamos por muitos dias. Os valores e a negociação foram demorados. Eu tinha receio de perder meu primeiro trabalho antes mesmo de começar, por ser considerada muito chata. Rsrs!

Mas eu queria começar com o pé direito. Não queria fazer um trabalho que não fosse valorizado. Eu consultei uma amiga que era ilustradora em outro estado e ela me deu algumas dicas. Ter alguém com experiência ao seu lado, para quem perguntar, fez muita diferença nas minhas negociações.

Enfim, deu tudo certo e consegui não somente um trabalho, mas seis! O editor me pediu para fazer 6 livros de uma só vez.

E, enquanto fazia os 3 primeiros, ele já pediu para fazer mais um, que acabou sendo o primeiro a ser lançado.

E esse primeiro livro foi o passaporte para minha entrada no mercado. Tudo mudou depois dessa primeira publicação. Não somente o meu pensamento a respeito da área, mas mudou diante de outras pessoas também. Eu passei a fazer parte dos chamados ‘profissionais do livro’ e era tratada como tal.

E é por isso que, hoje em dia, eu faço essa Vivência com a publicação.

Nela, eu coloquei tudo o que precisei saber para poder iniciar. Há mais coisas que podemos aprender? Certamente, pois ilustração de livros infantis é uma área riquíssima em conteúdo. E cada dia mais desenvolvida.

A Vivência engloba o desenho, os materiais, as técnicas, os fundamentos teóricos de uma boa ilustração, ensina a fazer o processo do livro, direitos autorais, contrato, como entregar para o cliente… E, no fim, o resultado é concreto: os alunos publicam uma ilustração e recebem 20 exemplares com ela.

Isso é como uma chave, que abre a porta do mundo da ilustração para você.

O livro é feito de modo coletivo porque é mais barato. Para fazer um livro, custa muito caro, sobretudo para quem está sozinho. Mas fazendo em grupo, sai mais barato, os alunos já aprendem com a experiência, participam de uma comunidade – são os meus ilustres – e já tem uma ilustração num livro profissional, registrado na CBL, com ficha catalográfica e ISBN.

Para quem não conhece o processo, pode até parecer caro. Mas fazer um livro profissional envolve muita gente – às vezes, mais de 50 pessoas, e todos têm que ser remunerados.

Com a publicação da ilustração, os alunos passam a ter uma ilustração que tem peso no portfólio.

Vários alunos têm tido desdobramentos maravilhosos: participações em feiras literárias, noites de autógrafo, contrato com editoras e uma até ganhou um prêmio com o primeiro livro dela. Ela já tinha participado de 3 Vivências antes, aprendendo o que precisava para poder ilustrar um livro profissionalmente.

Essa foi a minha experiência no mercado e é por isso que eu faço assim. Certamente, há ilustradores que têm outro percurso. Porém, todos têm algo em comum: todos dão passos em direção ao seu sonho.

Mas desse modo, funcionou muito bem para mim e creio que, com esforço e persistência, muitos de meus alunos podem conseguir ir além.

Às vezes, só o que alguém precisa é de um empurrãozinho.

Como diz o Buzz: ao infinito e além!

Para finalizar, quero contar que O livro “Nem Cá e Nem Lá”, que ilustrei para a escritora Letícia Carvalho, lançado na semana passada no XIII Congresso do Mercosul de Direito de Família e Sucessões, ganhou o prêmio Zeno Veloso, de Soluções Jurídicas Inovadoras, pois o livro trata de direito de família, porém, voltado ao bem estar da criança.

Fiquei muito feliz com essa notícia! Veja uma das ilustrações abaixo e um ilustrado final de semana!