Não apenas páginas impressas…

Um livro não são apenas páginas impressas. Um livro é um sonho realizado, de quem deseja contar sua história, seja por texto seja por ilustração, e que deseja deixar um legado no mundo.

Abaixo, vemos o DÉCIMO livro da Vivência do Ilustrador, sendo impresso. Mais um sonho realizado e concretizado num livro físico, em papel, para ser folheado e apreciado pelos pequenos leitores. 🙂

O Impacto da INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL no Mercado de Ilustração – Minha opinião

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Dias atrás, recebi uma mensagem de uma ilustradora iniciante me perguntando sobre qual será o impacto da IA no mercado de ilustração.

Minha opinião: já impactou, e muito. Veja: em 2023, já chegou ‘causando’, sendo finalista do Prêmio Jabuti na categoria ilustração. Foi desclassificada, e isso gerou bastante polêmica.

Mas fica aqui comigo que tenho algumas considerações a respeito do assunto.

Com relação à IA, não somente o futuro é incerto, pois já impactou e continua a impactar. É o nosso novo concorrente. Há pesquisas relatando perda de trabalho para ilustradores, escritores, tradutores, copywriters e também há pesquisas dizendo que há um ‘cansaço’ das imagens produzidas pela IA. 

Mas o fato é que, a princípio, foi uma febre, todo mundo empolgado. 

Eu até ouvi de um cliente:: 

— ‘Olha que lindo esse trabalho feito com IA’. 

E eu, que não sou ‘boba nem nada’, já entendi nas entrelinhas: 

— ‘Ficou muito melhor que o seu – e ainda é de GRAÇA’. 

Claro que fiquei bem preocupada: o que será de minha carreira? E todo o esforço que fiz para realizar meu sonho? E todos os cursos e investimentos em materiais? E o tempo, será que foi tudo perdido? O que será de mim agora?

Mas… aos poucos fui percebendo que a empolgação com imagens geradas por IA começou a diminuir. Eu comecei a ouvir: 

— “Ui! É feito com IA.”

— “Olha que feio! Tem 6 dedos!”

— “Tudo igual…”

Até aquele cliente, que tinha ficado empolgado com a IA logo que começou a moda, me disse na semana passada: 

— “Viu aquele trabalho X da empresa Y? Foi feito com IA” – disse ele, com cara de ‘nojinho’. 

Obviamente, fiquei super feliz em ver que ele já tinha enjoado do estilo. Pela expressão dele, parecia que estava mais estava ‘enojado’ do que ‘enjoado’. 

Essa interação, entre outras, me fez perceber algo:

Mesmo os que estavam empolgados – ou até mesmo fascinados – com a geração de imagens de IA, começaram a ficar cansados de ver essas mesmas imagens.

Sabe o que me deixa intrigada? É curioso como, mesmo essas imagens, geradas pela IA, tendo vários estilos, as pessoas percebem uma falta de ‘profundidade’ na imagem. 

Ou seria, falta de ‘humanidade’?

Não sei mas acredito que isso possa ser estudado. Muita gente diz que falta ‘alma’ no trabalho. 

Mas… tem acontecido ainda outro fenômeno: muita gente começou a me procurar no Instagram, no privado, pedindo para eu ilustrar para eles, pois eles querem uma ilustração feita por mãos humanas. E não só isso: querem algo original, que eu chamaria de “autoral”. 

O que percebi é que a ilustração tradicional, que é a que faço – com tinta e lápis de cor – está sendo mais valorizada.

E isso não é algo que somente eu estou observando, com os pedidos que recebo, mas também é uma discussão que está acontecendo internacionalmente, como li recentemente na plataforma Reddit.

Voltando um pouco no tempo, quando surgiu a ilustração digital, a qualidade das primeiras eram realmente bem sofríveis. Mas, de uns anos para cá, a ilustração digital alcançou níveis de qualidade excepcional, e isso acabou fazendo com que a procura por ilustração feita com tinta, lápis de cor e aquarela diminuísse. E é um fato que fazer com tinta e lápis de cor demora mais. Além disso, a ilustração digital é mais fácil de ser alterada, o que faz com que muitos clientes prefiram, além de outros fatores de estilo e gosto.

Mas agora, com a chegada da IA, está acontecendo um retorno ao tradicional, às texturas, ao imprevisto da aquarela, às ‘entrelinhas’ que só um humano consegue inserir nas suas ilustrações. 

O que é feito por mãos humanas, que é perceptível sob o que é ilustrado ou escrito, aparentemente, a máquina não conseguiu ainda replicar. 

Entretanto, devemos reconhecer que a IA faz, de fato, imagens espetaculares e, para quem busca algo que somente retrate o que é dito, ela pode ser a solução. 

Mas quem busca algo além, um toque de humor, um ‘easter egg’, uma referência sutil, uma narrativa secundária, um ‘trocadilho visual’, e algo autoral, original, creio que vai continuar querendo ilustrações feitas por pessoas.

A IA veio para ficar, e já há leis sendo feitas para proteger o que é feito por mãos humanas, tanto nos EUA, na Inglaterra e na Dinamarca. Quando estive na Feira de Bologna, no ano passado, o tema do discurso de abertura foi a necessidade de uma lei de direitos autorais para proteger escritores e ilustradores em relação à IA.

E creio que isso seja muito necessário, porque não sabemos como a IA faz para produzir suas imagens.

Afinal, de onde ela tira as referências para produzir? Com certeza, de imagens produzidas por seres humanos, espalhadas pela internet. Já ouvi dizer que até mesmo imagens protegidas por direitos autorais tem sido usadas para treinar IAs. 

A IA é algo admirável, mas outras invenções menos impressionantes também impactaram outras profissões na história do mundo:

  • Quando surgiu a fotografia, com certeza todos os artistas pensaram: acabou a minha profissão. Entretanto, o mercado de materiais artísticos mostra que esse atividade só cresceu. E está estimado em 25 bilhões de dólares para 2025, segundo o site Fortune Business Insights.
  • Quando surgiu o pão industrial, mais barato, houve uma diminuição das padarias artesanais. Porém, atualmente, qual é o mais valorizado? 
  • O café também – olha a febre do café especial, premiado, que é produzido de modo quase artesanal. O café de “garrafa térmica”, é claro, persiste, mas quem pode escolher, quer um café de alta pontuação. E está disposto a pagar mais por isso.

Eu confesso: sou consumidora ávida de café especial e também do pão artesanal. 😉

Além disso, quem não quer algo especial para si próprio? Um queijo artesanal, um sorvete artesanal, um chocolate bean-to-bar, uma roupa sob medida, feita por um alfaiate…

Certamente alguém vai me dizer: mas a Inteligência Artificial tem muitas vantagens em relação aos ilustradores: velocidade – não tem como competir – além do custo, que é bem baixo. 

Claro que é mais barata, afinal, IA não tem boletos para pagar, né? Trabalha praticamente de graça, não tira férias nem dorme.

Mas temos que considerar que, de fato, não ‘cria’ nada e pode até ferir direitos autorais, pois é treinada com o que os humanos já fizeram ou tem feito. 

Se fosse um ser humano, provavelmente sofreria uma ação por plágio. Mas, do modo como está, quem seria o responsável?

Enfim, embora a crença seja que os ilustradores sejam praticamente ‘desenhistas’, o fato é que  ilustradores não são ‘meros executores de imagens’. 

O ilustrador é um ‘contador de histórias’, e o faz ‘visualmente’. 

Ele conta experiências vividas por seres humanos, transmite mensagens, ensina, emociona, faz rir e conecta, pois o ser humano se conecta e empatiza com pessoas. 

São as pessoas que vivem as histórias, e são pessoas – seres humanos – os protagonistas dessas histórias.

E o que acho – minha opinião – que vai acontecer com os ilustradores?

  1. Aqueles que produzem ilustrações para bancos de imagem podem sofrer mais com a chegada da IA. Isso porque são imagens mais genéricas, e que vários estilos podem ser utilizados. Se um cliente pede uma imagem de uma criança, por exemplo, sem contexto, várias ilustrações dos bancos de imagens, ou geradas por IA, podem satisfazer esse necessidade. Na verdade, os bancos de imagens já estão com uma boa porcentagem de imagens feitas por IA. 
  1. Ilustradores que fazem imagens hiperrealistas. Artistas excepcionais, super talentosos, podem sofrer com a chegada da IA, já que esse é um tipo de ilustração mais fáci de ser copiado pela própria. 
  1. Ilustradores que fazem imagens sem um estilo próprio, autêntico ou original, sem narrativa, contexto, podem, sim, perder espaço para a IA. Na verdade, provavelmente já perderam clientes, infelizmente.
  1. Ilustradores digitais e tradicionais, que tem um trabalho com estilo, com qualidade, que criam soluções para seus clientes, provavelmente serão mais valorizados, e terão mais demanda.
  1. Ilustradores com técnicas tradicionais, de qualidade artística, estilo próprio e autoral, com storytelling, texturas, e até mesmo imperfeições, mas que também dominam a parte técnica e comercial da profissão, provavelmente terão maior demanda do seu trabalho. 
  1. E, por último, mas não menos relevante, também tem a questão de gosto: alguns gostam de um estilo, e outros de outro. Então, acho que haverá mercado para vários estilos, entre eles, os estilos que a IA não conseguir copiar tão bem. 

Respondendo à pergunta da ilustradora que entrou em contato comigo: eu acho que, infelizmente, parte dos ilustradores que existem serão substituídos pela IA. 

Mas aqueles que buscarem se desenvolver, tiverem um estilo próprio, identificável, contarem histórias visualmente que suscitem emoções, reflexão e empatia por parte dos leitores, esses vão permanecer, e serão ainda mais valorizados.

O que é preciso buscar: não ser igual a todo mundo, se destacar, se aprimorar, aprender as nuances do mercado – seja a parte artística, editorial, bem como comercial –  e focar naquilo que você tem de único, que é a autenticidade, a empatia e a interpretação subjetiva de uma experiência humana, que uma máquina não consegue entender.

E você, o que acha?

Uma ilustrada semana!

Esboço/rafe desde o início

Nesse vídeo, eu mostro um esboço, desde o início. Eu usei lápis F para iniciar, pois queria algo mais suave. Geralmente, eu uso o lápis 3H, mas achei que não iria aparecer na câmera.

Depois, usei um lápis 2B para fazer os detalhes e deixar as linhas mais visíveis. Após filmar o esboço, decidi adicionar mais um personagem à cena, mas como não filmei, só coloquei a foto no final.

Esse esboço faz parte do livro que estou ilustrando agora e que será publicado, provavelmente, no ano que vem.

CURSO DE ILUSTRAÇÃO DE LIVROS INFANTIS – Método INGRID

Nos meus cursos de ilustração, eu ensino desde como desenhar, tanto personagens como cenários, técnicas com lápis de cor, aquarela, tinta acrílica, composição e enquadramento, narrativa visual, portfólio, como definir seu estilo, gestão do livro ilustrado (storyboard, boneca do livro, thumbnails, etc), mercado editorial, como eu consigo clientes, como monetizar suas ilustrações, etc.. Você pode assistir no seu ritmo. As aulas são online, todas já gravadas, e você assiste no seu tempo e onde desejar. Ao se inscrever, o acesso é imediato e você recebe o login em seu email.

Saiba mais: www.ingridosternack.com.br/comeceaqui

1. Curso Ateliê Ilustre – Aprenda a ilustrar (desenho, materiais, técnicas, portfólio, narrativa e composição) – https://hotmart.com/pt-br/marketplace

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3. Método INGRID – Formação com certificação – https://www.atelieilustre.com.br/ 

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5. Quem sou eu – https://www.ingridosternack.com.br

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Lápis de cor – Como dar uma aparência PROFISSIONAL na sua técnica

Nos livros coletivos de alunos, eu notei que sempre havia ilustrações em lápis de cor, e fiz alguns comentários para os alunos, no particular.

Mas agora queria compartilhar esse vídeo que fiz, para mostrar como fazer e como não fazer, para que o trabalho com lápis de cor fique com uma aparência mais profissional.

Além das dicas que tem aqui, também tem várias aulas sobre lápis de cor no curso, com outras dicas e orientações.

Eu recebo muitas ilustrações para analisar, e algo que sempre noto é que o uso do lápis de cor poderia ser mais suave e mais homogêneo. Nesse vídeo, vou mostrar como eu uso o lápis de cor, dando algumas dicas.

No meu curso de ilustração, eu ensino outras técnicas com lápis de cor, aquarela, tinta acrílica, e você pode assistir no seu ritmo. As aulas são online, todas já gravadas, e você assiste no seu tempo e onde desejar.

Ao se inscrever, o acesso é imediato e você recebe o login em seu email.

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Uma ilustrada semana!

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Talento para desenhar: isso existe mesmo?

Essa questão aparece com frequência nas mensagens que recebo. Muita gente, antes mesmo de tentar aprender, já desanima achando que “não nasceu com o dom”. Outros escrevem nos comentários: para ser ilustrador, só é preciso talento.

Eu confesso: eu não acredito nisso. E sabe por quê?

Porque eu não desenhava bem, nem demonstrava nenhuma habilidade especial. É só olhar meus desenhos da infância ou até da adolescência…

Ao longo dos anos, convivendo com centenas de alunos e colegas ilustradores, percebi uma coisa: o que muitas pessoas chamam de talento, na verdade, tem muito mais a ver com interesse, prática e consistência do que com algo que “se tem ou não se tem”.

O que é talento, afinal?

Talento costuma ser entendido como uma facilidade natural ou até mesmo uma aptidão para aprender ou fazer algo. De fato, há pessoas que têm mais facilidade com coordenação motora, percepção espacial, ou que desde pequenas observam o mundo com mais atenção. Mas, sem desenvolver essa aptidão, não há aprimoramento.

Eu também já fui professora de educação infantil, e estudando sobre o desenho da criança, praticamente 100% deles desenham do mesmo jeito e passam pelos mesmos estágios do desenho. 

Há vários livros que falam sobre isso, entre eles, O Desenho Infantil, de Georges Henri Luquet, um clássico na área. No livro, Georges fala que toda criança passa por fases previsíveis no desenho. Ora, se é assim, onde estão as crianças que já ‘nascem desenhando’?

E não é só nesse livro. Tem muitos outros estudos que dizem que todas as crianças, independentemente de cultura ou educação, passam por essas fases em uma ordem semelhante. Não é incrível?

Mas então, como explicar o fato de que alguns desenham melhor que outros?

Na minha opinão, a diferença é o interesse, a prática constante e o desejo de melhorar a cada dia. Quem gosta de desenhar quer vencer o desafio de fazer algo melhor a cada dia.

Note que, quem desenha ou tem interesse, está sempre observando como foi feito um desenho. Veja nos museus: as pessoas chegam mais perto para tentar entender como o artista fez alguma coisa que gerou interesse.

Isso acontece comigo também. Quando eu vejo algo novo, já penso em como incorporar isso no meu trabalho. Um novo jeito de fazer uma sombra, uma nova paleta de cores… E nem sempre é fácil. Mas assim como acontece comigo, vejo que acontece com muitos artistas: sempre estão querendo fazer algo diferente que melhore o seu desenho. É divertido – e ao mesmo tempo frustrante – tentar fazer algo novo artisticamente. Vivemos num mundo onde um inspira o outro.

De fato, até meus alunos me contam que, depois que começaram o meu curso, ficam olhando as formas, cores e texturas de tudo.

Começar a desenhar muda o olhar, e faz com que a gente tenha mais interesse. E isso, consequentemente, aliado ao interesse em se aprimorar, faz com que uma pessoa se desenvolva.

E não é só no desenho: isso acontece na música e nos esportes também.

No filme, Um sonho possível, com a Sandra Bullock, ela acolhe um menino que nunca jogou futebol americano e já é um adolescente de 16 anos. Ele não ‘nasceu com a bola no pé’, nem teve contato com o esporte na infância. Mas a família vê que ele tem o tipo físico para uma certa posição no futebol e eles o fazem treinar o esporte.

O filme mostra que ele não sabia nada de futebol americano, mas eles não deixam ele desistir. E ele treina tanto que fica bom no que faz e até inicia sua carreira profissional na NFL – Liga Nacional de Futebol Americano.

Dizem que até Elvis Presley foi rejeitado como cantor. Segundo o site Vida e Memória, que fala sobre a vida de várias celebridades, antes da fama, Elvis tentou entrar em uma banda profissional e foi rejeitado. O líder da banda disse que “era melhor continuar dirigindo caminhões, porque nunca conseguiria ser cantor”. Mesmo assim, Elvis não desistiu e se tornou um sucesso.

Desenho se aprende

Portanto, eu acredito que desenhar é uma habilidade técnica que pode ser aprendida. O olhar pode ser treinado. A mão pode ser educada. A criatividade pode ser estimulada. É como aprender a tocar um instrumento ou falar uma nova língua: leva tempo, exige esforço, mas é totalmente possível.

Sabe o que conta de verdade? O quanto uma pessoa ama o desenho. Porque se amamos uma coisa, a gente acha tempo para se dedicar a ela. E nem precisa ser muito tempo no dia. Só um pouco, durante a semana, já faz milagres.

Quem desenha bem hoje, na maioria dos casos, já desenhou muito mal antes. A diferença está em quem não desistiu no começo, praticou mesmo sem ver grandes avanços, e manteve o amor pelo processo. Ou seja, não é uma questão de talento, é uma questão de caminho percorrido.

Eu já assisti aulas de desenho em que o professor disse: todo mundo que desenha bem, desenha mal também. Só que os desenhos ruins, eles não mostram. 😅

Quando a gente acredita que só pessoas “dotadas” conseguem desenhar, isso vira um bloqueio. É um pensamento que paralisa a gente e não nos deixam nem experimentar.

Não estudamos, não aprendemos, não melhoramos, nem evoluimos em nosso desenho. Na verdade, é o medo do julgamento e da crítica que impede a gente de começar.

Você é ÚNICO e não precisa desenhar como ninguém além de você mesmo

Sabe o que é mais legal em ilustração — especialmente nos livros infantis — é que há espaço para muitos estilos. O traço naif, o mais elaborado, o minimalista, o ‘caprichado’… todos podem emocionar, encantar e contar histórias. Porque o que conta muito, em ilustração, é a sua capacidade de contar uma história e encantar o seu leitor.

Prática constante x talento escondido

Eu conheço pessoas que desenhavam bem quando criança e hoje não desenham mais nada.  E outras que começaram com dificuldades, mas praticaram com foco e determinação e hoje ilustram lindamente. A diferença está em estudar com método, se permitir errar e curtir o processo, não somente o resultado. 

Porque quando você desenha, e curte o que faz, aquilo não é mais um peso, e você dedica tempo para fazer cada detalhe bem feito.

Me diga: quem é que continua fazendo algo que só gera frustração? Se desenhar vira um fardo, a pessoa pára. Mas se o momento do desenho é leve, prazeroso ou até terapêutico, o hábito se mantém — e com ele vem a evolução do seu desenho, porque não tem como ficar pior se desenhar é algo que você faz quase todos os dias e tem prazer nisso.

Você também pode aprender — e surpreender

Se você sente vontade de ilustrar, essa vontade já é um sinal que o ‘bichinho’ da ilustração te pegou. Ele tá te chamando para um caminho criativo, cheio de descobertas. E você não precisa nascer com talento para começar. Precisa só ter vontade, curiosidade e dar um primeiro passo.

Se quiser começar com apoio e estrutura, te convido a conhecer meu curso de ilustração infantil — onde ensino do zero, com leveza, prática e propósito.

Quem começa, geralmente se surpreende com o quanto é capaz. Algumas alunas minhas dizem: eu não sabia nem desenhar boneco palito quando comecei. E até já publicaram sua ilustração. 

Concluindo, ilustrar não é um dom reservado a poucos e você também pode aprender. E você não precisa de permissão para começar — só de coragem.

Vamos lá realizar esse sonho?

Conheça meus cursos:

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Como Começar a Ilustrar Sem Gastar Muito

Aquarela e lápis de cor

Ilustrar não precisa ser algo caro — e muito menos um luxo reservado a quem tem prateleiras cheias de materiais importados. Se você está começando agora, com vontade de desenhar e contar histórias visuais, esse texto é para você.

1. Comece com o que tem em casa

Você não precisa de uma mesa digitalizadora nem de marcadores profissionais para dar os primeiros passos. Algumas ferramentas simples e acessíveis são mais do que suficientes para iniciar sua jornada:

Lápis e papéis

  • Lápis grafite comum (HB, 2B ou 4B já servem muito bem)
  • Alguns papéis excelentes não custam muito, tem preço bem acessível, como o papel Canson, desses tipos: 

https://amzn.to/4jQQI5p ou 

https://amzn.to/4kQSvZi (Inclusive, esse é o que uso para desenhar. Para ilustrar com tinta, eu uso outro, que vou colocar aqui na lista também)

  • Lápis de cor bom e barato. Você pode escolher tanto o permanente quanto o aquarelável. Veja as duas opções:

https://amzn.to/3FU17zl – Aquarelável

https://amzn.to/45Rtdpq – Aquarelável

https://amzn.to/45iDjzq – Permanente 

  • Tinta Aquarela boa e barata 

https://amzn.to/3ZZ2Aej

https://amzn.to/4mRPb1A

Papel para aquarela bom e barato – https://amzn.to/4l2BaMG

Pincéis para Aquarela

https://amzn.to/3FLZkfH

Ou

https://amzn.to/3ZtDxjE

Tinta Acrílica boa e barata

https://amzn.to/3HzdFg7

https://amzn.to/3FLZxQ1

Pincéis para acrílico

https://amzn.to/45hqmG6

Dica prática: se fez um desenho e não gostou, reaproveite o verso. Esboçar no verso tira a pressão de acertar e te deixa mais livre para experimentar.

E às vezes, o desenho fica tão solto que fica lindo. Eu mesma tenho vários que comecei sem pressão e hoje guardo porque ficaram leves e fluidos, mesmo estando num papel não tão bonito. 

2. O desenho começa com o olhar

Não é necessário dominar anatomia nem saber “desenhar bem” logo no início. O mais importante é aprender a observar e traduzir isso para o papel. 

E não se preocupe: em ilustração, não é necessário e nem devemos desenhar igual ao real.

A ilustração serve para desenhar o que não existe, o que não é real, o que é imaginário, o que gostaríamos que fosse ou existisse, e não o realista. Para isso, existem as fotos.

Aqui vão alguns exercícios simples que você pode fazer agora mesmo:

  • Contorno cego: observe um objeto e desenhe sem olhar para o papel. Treina o olhar e a coordenação.
  • Desenho de observação: escolha objetos do seu dia a dia e desenhe com formas simples, como quadrado, círculo, triângulo e retãngulo. Você vai ver como fica bem mais fácil.
  • Desenho contínuo: desenhe sem tirar o lápis do papel. Um ótimo exercício para soltar o traço.
  • Desenho com a mão esquerda. No caso dos canhotos, aí é com a direita. E se você for ambidestro(a), aí já não sei. Que tal com as duas, revezando?

O foco não é o resultado final, mas o processo. Quanto mais você observa e desenha, mais seu traço se desenvolve.

3. Um toque de narrativa – para já começar num degrau acima 🙂

Narrar com imagens é algo que se aprende praticando. Um bom começo é pensar em uma ilustração que não tem apoio do texto para explicar. 

Pense que você vai ter que ‘contar uma história’ em um livro sem palavras. Isso ajuda MUITO a desenvolver a narrativa visual. 

Faça uma ilustração pensando em passar uma mensagem, uma ideia, uma história/narrativa. Não deixe de colocar o personagem no contexto em que ele está. Não existe filme só com personagem. Sempre tem um ambiente onde ele está inserido.

Conclusão: todo mundo foi iniciante um dia

Você não precisa ter tudo para começar. Só precisa dar o primeiro passo. Desenhar é um caminho de descoberta, e ele pode começar com um lápis simples e até um papel reaproveitado. 

Todo mundo pode aprender a desenhar, se desejar. Eu sou prova disso. Não nasci com o chamado ‘talento’ nem aptidão para o desenho. 

É nesse espaço pequeno, sem pressão, que a criatividade floresce!

Não espere ter as ferramentas ideais. Comece com o que tem. O mais importante já está com você: o desejo de criar.

E eu acredito que, só de ter vontade, você já tem metade do caminho percorrido!

Ilustrado final de semana!